"Não sabendo que era impossível, foi lá e fez."

domingo, 30 de agosto de 2015

DOS DIREITOS HUMANOS...


     Constantemente vejo os alunos afirmarem que a prova do Enem prima por respeitar os direitos humanos e requer isso de seus candidatos; porém, pergunto-me, quantos sabem o quê e quais são esses direitos?
     Bem, primeiramente, cabe ressaltar que há uma diferença (talvez mínima) entre DIREITOS HUMANOS  e DIREITOS FUNDAMENTAIS:
- Os Direitos HUMANOS têm um caráter mais universal. São os direitos que tem a pessoa humana internacionalmente, em qualquer lugar que ela for, como os de ir e vir e de se expressar.
- Os Direitos FUNDAMENTAIS têm um caráter territorial. Eles são positivados e reconhecidos por cada Constituição, de cada Estado.

A prova do Enem pede que, na redação, seus candidatos não firam os direitos humanos. Então vamos a eles:

     Os direitos humanos visam a proteger a pessoa humana. Eles são inerentes ao ser humano e reconhecem que qualquer um pode desfrutar deles, independente de cor, sexo, idade, religião, orientação política e classe social. Esses direitos são protegidos por lei e se levantam em favor da dignidade da pessoa humana, tentando impedir qualquer ação que interfira na liberdade fundamental de cada um.
     Dentre os direitos humanos, estão o direito à vida, à liberdade, à liberdade de opinião e expressão,  o direito ao trabalho e o direito à educação. Portanto, ao fazer a prova de redação, não se pode escrever nada que pareça estar invadindo e destruindo esses direitos, por mais que o argumento seja válido e fundamentado. Se ousarmos ferir um deles, significa que nos colocamos como referencial absoluto e as pessoas precisam andar segundo as nossas regras e o que achamos que devemos fazer. Nem precisa lembrar que a prova não quer isso! De ditadores e egoístas, o mundo está farto!
      No entanto, algumas observações precisam ser feitas. Em um comentário de um aluno, questionou-se se a prisão de um assaltante, ou sequestrador, ou estuprador, não estaria ferindo o direito de ir e vir dele, a sua liberdade. Embora a pergunta seja plausível, deve-se lembrar que:
- Os direitos humanos são indivisíveis, inter-relacionados e interdependentes, ou seja, nenhum direito é absoluto nem maior do que os outros. A partir do momento em que alguém abusa dos seus direitos e fere os outros, precisa-se tomar alguma providência para que as outras pessoas não tenham seus direitos violados.
- Os direitos humanos são inalienáveis, ou seja, não podem ser vendidos, nem cedidos, nem passados para outro; e ninguém pode tê-los negados, ninguém pode ser privado deles. No entanto, em situações específicas, como a pergunta do aluno, eles podem ser limitados ( e no Brasil, esse limite tem tempo determinado já que não existe pena perpétua aqui).

Resumindo: Os direitos humanos são fundados na dignidade da pessoa humana, respeitam o valor de cada um, são universais por serem aplicados de forma igual e sem discriminação e são interdependentes sem sobrepor um ao outro. Pelo menos em tese, na teoria, são assim. Seria até boa ideia questionar se realmente estão sendo usados de forma igual e sem discriminação, mas lembre que você precisa de embasamento para afirmar tal coisa.
         No mais, boa sorte na escrita e VAMOS PRATICAR!

sábado, 8 de agosto de 2015

O que é VERBO?

Bom, verbo vem do latim, verbum, e é a palavra que indica alguns processos, dentre eles:

ação (escrever);
estado (permanecer);
fenômeno (chuviscar);
ocorrência (nascer);
desejo (querer).


Não sei para vocês; mas, para mim, isso tem tudo a ver com a mulher!! Nós temos a atitude e a AÇÃO nos pés, resolvemos tudo, tomamos a frente. No entanto, por causa da famosa TPM, às vezes, ESTAMOS: estamos chatas, estamos choronas, estamos nervosas, frágeis, zangadas, violentas... Estamos, não somos! SOMOS outras coisas mais interessantes e equilibradas. Podemos ser um FENÔMENO na vida de alguém, ou uma OCORRÊNCIA. E, com certeza, somos sempre o objeto de DESEJO de alguém.

          Esse turbilhão verbal que é a mulher foi traduzido lindamente com muitos neologismos (criação, invenção de palavras) do Michel Melamed. Assistam ao vídeo abaixo:



Nome à Pessoa
Michel Melamed
 

Observanessa, perceberenice, arriscamila,
Embromárcia, aproximargareth,
Conversarah, envolverônica, submetereza

Sentirene, conquistarlete, mescláudia,
Lambeatriz, abraçabrina,
Mordenise, amaria, beijanaína

Ligou o nome à pessoa, perdoa, pessoa
Ligou o nome à pessoa, perdoa, pessoa

Agradesimone, esclareceleste, buscarmen,
Surtatiana, pensophia
Vacilaura, enciumonique, engolívia

Desejanice, agarraquel, roubárbara,
Ligabriela, esquecelina
Provocarla, concordana, suplicarolina

Ligou o nome à pessoa, perdoa, pessoa
Ligou o nome à pessoa, perdoa, pessoa


OBS: Triste aqui, porque meu nome, Coxise, jamais vai aparecer em músicas assim. E triste duas vezes; porque, se aparecesse, imagine os verbos usados para formar o neologismo?? Aaaargh! SEM COMENTÁRIOS! Até parece que meu nome me entristece... 












          Já reparou como um término de namoro é sempre problemático? Se o motivo não for aparente então, é pior ainda! Quando o sentimento esfria, qualquer coisa é motivo para terminar: o esquecimento de uma data especial, um arroto dado em público, a falta de vontade de sair...
              No diálogo acima, a garota agiu como nós mulheres adoramos (inconscientemente?) agir: ela foi enigmática. Cheia de meias palavras. Ou até palavras inteiras, mas que não fazem o menor sentido para o homem. Para entender (ou, pelo menos, tentar) o que se passa em nossas cabecinhas confusas pelo estardalhaço dos hormônios em nosso corpo, eles nos enchem de pergunta. Isso irrita ainda mais!!!!! Mas é justo! Eles precisam entender. E nós TEMOS QUE EXPLICAR!
                     Então, que tal fazermos da nossa dissertação esse diálogo entre (ex) namorados? Só que precisaremos ser mais claros do que ela foi. Assim, pegue as perguntas que ele fez e tente aplicar nas afirmações que você escrever na dissertação. Como assim? Vejamos:

Afirmação: "Os turistas estão desistindo de viajar para a Bahia."

Pergunta: POR QUÊ?

Reestruturação: "Os turistas estão desistindo de viajar para a Bahia; porque, em 2014, o estado figurou como um dos mais violentos do país."

Pergunta: TIPO...? Ou seja, essa pergunta quer dizer: exemplifique!

Reestruturação "Os turistas estão desistindo de viajar para a Bahia; porque, em 2014, o estado figurou como um dos mais violentos do país. Um exemplo disso é o número de homicídios em Salvador, que aumentou em 57% no ano passado, segundo dados da Secretaria de Segurança Pública."

Pergunta: O QUE ISSO QUER DIZER?


Reestruturação"Os turistas estão desistindo de viajar para a Bahia; porque, em 2014, o estado figurou como um dos mais violentos do país. Um exemplo disso é o número de homicídios em Salvador, que aumentou em 57% no ano passado, segundo dados da Secretaria de Segurança Pública. Isso significa que não adianta dar atenção apenas ao carnaval e às praias privadas para movimentar o turismo na região. Deve-se melhorar a segurança e o policiamento, para os visitantes; porém, principalmente, para a própria população."

PRONTO! Assim temos um desenvolvimento bem escrito e com ideias sustentadas. Na parte final, ao invés de aparecerem dados e fatos, procure escrever sua crítica, sua análise - pessoal - do que foi escrito, e assim você terá um texto argumentativo verdadeiramente.

OBS.: Essa não é a única maneira de se dissertar. Existem várias formas de escrever um bom texto. Essa é apenas uma sugestão!

Boa sorte!


quinta-feira, 6 de agosto de 2015

A CARTA ARGUMENTATIVA


           Os vestibulares têm um histórico de pedir a dissertação argumentativa em suas provas, mas não existe nada que proíba o uso de outros gêneros ou outras tipologias textuais para o processo seletivo. Assim, vemos muitas provas pedindo a argumentação e assim abrindo a possibilidade para textos como: DISSERTAÇÃO EXPOSITIVA, DISSERTAÇÃO ARGUMENTATIVA, DISSERTAÇÃO MISTA, ARTIGO DE OPINIÃO E CARTA ARGUMENTATIVA.
             É sobre a carta que falaremos hoje. O famoso texto epistolar deve seguir uma estrutura específica, a qual colocarei abaixo. No entanto, o mais importante a lembrar é que esse é um texto que visa a persuadir, convencer através de argumentos. Esses argumentos são escritos na carta através da INTERLOCUÇÃO, que é o diálogo. Portanto, marcas do diálogo precisam estar presentes, traduzidas em: função fática (né? entendeu?compreendeu?percebe?), pontuação diferenciada (exclamação, interrogação, reticências, parênteses) e linguagem coerente com o personagem remetente.
            A carta é um excelente texto para utilizar a criatividade e vestir a personalidade de outra pessoa para escrever. Que tal experimentar?
Vamos à estrutura!!