"Não sabendo que era impossível, foi lá e fez."

domingo, 21 de maio de 2017

AS RELAÇÕES INTERPESSOAIS NA CONTEMPORANEIDADE

TEXTO 1:


TEXTO 2:



TEXTO 3:

GERAÇÃO CABEÇA-BAIXA E A REALIDADE INTERSECCIONAL

A relação com a tecnologia na vida contemporânea, diferentemente das gerações passadas, quando se podia optar por assistir ou não a TV, não nos deixa a escolha de não integrar-se à vida digital  (...) as formas de relacionar-se com esta tecnologia e com as pessoas, que são em última instância, são inúmeras,tal qual as relações na vida real.
 Mas uma delas é comum a praticamente todos os jovens que, mesmo quando resistem a ela, estão vivendo-a, pois se posicionam em relação à mesma.
(...)
Num bar, numa reunião de negócios, nas aulas da faculdade, ou mesmo na intimidade do casal, o smartphone parece uma extensão do corpo do usuário ao qual ele precisa recorrer em intervalos controlados de tempo. A sensação de perda do momento presente quando a pessoa não se conecta à rede para “saber o que está acontecendo”, seja checando emails, entrando no Facebook para ver quem comentou seu post ou quem está online, no Twitter para saber quem está onde fazendo o quê, no Instagram para ver quem está no lugar mais legal, com quem, fotografando o quê, entre muitas outras possibilidades que diferem de acordo com o interesse e valores do usuário, é a sensação de exclusão, sequestro da realidade e falta de controle sobre ela.

Um jovem pode passar a semana planejando ir a uma festa descolada onde vai encontrar sua paquera e curtir com seus amigos, mas tão logo ele chega na festa,você o encontra, em diversos momentos – e entre alguns jovens, na maior parte dos momentos de cabeça baixa, olhando para um artefato tecnológico na palma de sua mão que o poupa da sensação de falta de controle e vivência totalizadora, real, do momento presente. Ele está no lugar que queria, com as pessoas que queria,curtindo a realidade palpável que queria, mas a noção de vivência da REALIDADE, de experienciar o momento presente, apenas se torna fato para ele quando o real offline e o real online estão ao seu alcance (...).

Autor: Vinícius MesquitaDisponível em:   http://www.academia.edu/5269337/GERA%C3%87%C3%83O_CABE%C3%87A-BAIXA_E_A_REALIDADE_INTERSECCIONAL_GERA%C3%87%C3%83O_CABE%C3%87A-BAIXA_E_A_REALIDADE_INTERSECCIONAL
 Adaptado e modificado.


TEXTO 4:

NOMOFOBIA

Quantas vezes você já se pegou checando e-mails pelo celular no horário do almoço? Ou verificando, a cada cinco minutos, se chegou uma nova mensagem de texto? Se você se identifica com as situações acima, cuidado: esses podem ser sinais da nomofobia — síndrome em que o paciente fica dependente do telefone ou da internet.

— Aquela pessoa que usa muito o celular por causa do trabalho, ou por algum outro motivo, não necessariamente tem a doença. Mas se o esquecimento do aparelho em casa já é suficiente para gerar um sofrimento, é preciso procurar ajuda — explica a pesquisadora do Laboratório de Pânico e Respiração do Instituto de Psiquiatria da UFRJ, Anna Lucia Spear King.

A PhD em Saúde Mental estudou o tema em sua tese de doutorado. No estudo, 34% dos entrevistados sem problemas psicológicos afirmaram ter alto grau de ansiedade sem o telefone por perto. E 54% disseram ter "pavor" de passar mal na rua sem o celular.

— A nomofobia não costuma aparecer sozinha. Em geral, está associada aos transtornos de ansiedade, que podem ser síndrome do pânico, transtorno bipolar, estresse pós-traumático, entre outros. Tratando essas doenças com remédios e terapia, a nomofobia também desaparece.
(...)
Uma pesquisa feita pela revista "Time" e pela Qualcomm, em diversos países, mostrou que o uso do celular está cada vez mais intenso. Dos cinco mil participantes, 79% disseram que se sentem mal sem o telefone. No Brasil, 58% afirmaram que usam o celular a cada 30 minutos e 35% a cada dez minutos.

Disponível em: https://extra.globo.com/noticias/saude-e-ciencia/nomofobia-doenca-provoca-dependencia-do-celular-aprenda-perceber-os-sintomas-6593799.html


TEXTO 5:



Com base nos textos motivadores acima e na sua experiência de vida, escreva um texto dissertativo-argumentativo em que você aborde a questão das RELAÇÕES INTERPESSOAIS NA CONTEMPORANEIDADE E SEUS REFLEXOS NA SOCIEDADE. Não se esqueça de criar uma proposta de ação social para a questão abordada.







segunda-feira, 8 de maio de 2017

TEMA: educação superior X mercado de trabalho

TEXTO 1

O VERBO FOR

Vestibular de verdade era no meu tempo. Já estou chegando, ou já cheguei, à altura da vida em que tudo de bom era no meu tempo; meu e dos outros coroas (…)
O vestibular de Direito a que me submeti, na velha Faculdade de Direito da Bahia, tinha só quatro matérias: português, latim, francês ou inglês, e sociologia, sendo que esta não constava nos currículos do curso secundário e a gente tinha que se virar por fora. Nada de cruzinhas, múltipla escolha ou matérias que não interessassem diretamente à carreira. Tudo escrito ruibarbosianamente quando possível, com citações decoradas, preferivelmente (…)
Quis o irônico destino, uns anos mais tarde, que eu fosse professor da Escola de Administração da Universidade Federal da Bahia e me designassem para a banca de português, com prova oral e tudo. Eu tinha fama de professor carrasco, que até hoje considero injustíssima, e ficava muito incomodado com aqueles rapazes e moças pálidos e trêmulos diante de mim. Uma certa vez, chegou um sem o menor sinal de nervosismo, muito elegante, paletó, gravata e abotoaduras vistosas. A prova oral era bestíssima. Mandava o candidato ler umas dez linhas em voz alta (sim, porque alguns não sabiam ler) e depois se perguntava o que queria dizer uma palavra trivial ou outra, qual era o plural de outra e assim por diante.
Esse mal sabia ler, mas não perdia a pose. Não acertou responder nada. Então, eu, carrasco fictício, peguei no texto uma frase em que a palavra “for” tanto podia ser do verbo “ser” quanto do verbo “ir”. Pronto, pensei. Se ele distinguir qual é o verbo, considero-o um gênio, dou quatro, ele passa e seja o que Deus quiser.
– Esse “for” aí, que verbo é esse?
Ele considerou a frase longamente, como se eu estivesse pedindo que resolvesse a quadratura do círculo, depois ajeitou as abotoaduras e me encarou sorridente.
– Verbo for.
– Verbo o quê?
– Verbo for.
– Conjugue aí o presente do indicativo desse verbo.
– Eu fonho, tu fões, ele fõe – recitou ele impávido. – Nós fomos, vós fondes, eles fõem.
Não, dessa vez ele não passou. Mas, se perseverou, deve ter acabado passando e hoje há de estar num posto qualquer do Ministério da Administração ou na equipe econômica, ou ainda aposentado como marajá, ou as três coisas. Vestibular, no meu tempo, era muito mais divertido do que hoje e, nos dias que correm, devidamente diplomado, ele deve estar fondo para quebrar. Fões tu? Com quase toda a certeza, não. Eu tampouco fonho. Mas ele fõe.

(João Ubaldo Ribeiro, publicado no jornal O Estado de São Paulo, em 13/09/1998)


TEXTO 2

Sempre recorrente na imprensa, a polêmica sobre a falta de sintonia entre educação profissional de nível superior e mercado de trabalho aflige simultaneamente educadores, estudantes e empregadores. A reestruturação produtiva dos últimos anos, a dispersão global dos negócios, a instabilidade e a volatilidade dos mercados dificultam ainda mais a tarefa dos que sonham com um fino ajuste entre educação e trabalho. Tal descompasso, entretanto, parece ser fruto de representações mentais ultrapassadas acerca da educação e do trabalho, de noções que apenas exprimiam o desejo da economia industrial de submeter o currículo escolar às suas necessidades mais urgentes. Idéias que restaram profundamente enraizadas, e que com frequência turvam a visão, gerando expectativas descabidas e equivocadas acerca do papel da educação superior.

O mercado de trabalho, determinado que é pelas necessidades instrumentais mais imediatas das organizações, é mais do que nunca mutante e instável. A universidade, ao preparar seus estudantes para o atendimento das necessidades mais urgentes do mercado, prepara-o para uma realidade que em breve não mais existirá. O egresso da universidade, quando dotado exclusivamente de conhecimento instrumental, de utilização imediata, está condenado a uma curta vida profissional. A aquisição de conhecimentos técnicos e instrumentais, aliás, dispensa qualquer passagem pelo ensino superior. Não é preciso fazer faculdade para se conhecer um software ou uma nova técnica profissional. A universidade deve visar, ao contrário, o atendimento das necessidades do próprio estudante, ou seja, a imprescindibilidade de uma consistente base cultural, de sólido conhecimento científico, de emancipação e realização profissional. Ao ensinar seus estudantes a compreender a realidade de forma crítica, ao ensiná-los  a aprender, a universidade estará preparando-os para o resto de suas vidas, para todas as transformações futuras do mercado trabalho.

Por outro lado, no entanto, o descasamento crescente entre titulação universitária e ocupação profissional também se deve à rigidez e ao conservadorismo dos currículos universitários, que ignoram o aspecto contingente do atual mundo do trabalho. Condicionado pela grade curricular anacrônica, o conhecimento assim adquirido dificulta ainda mais a inserção no mercado de trabalho. Rotulada pelo diploma universitário, com fraca visão interdisciplinar e baixa consciência do contexto histórico, político e social que envolve a sua formação, essa pessoa terá dificuldade na definição do próprio trabalho, bem como na concepção de um projeto de vida profissional.
[...]

Disponível em:   Acesso em:  7 mai 2017, às 15h

TEXTO 3


TEXTO 4


Analisando os textos motivadores acima, escreva um texto dissertativo-argumentativo em que você analise a realidade da educação superior brasileira e seu papel frente às necessidades do mercado de trabalho. Não esqueça de criar uma proposta de ação social para sugerir melhoras de acordo com o ponto de vista que você defender.



A CONCLUSÃO II

          A conclusão é o parágrafo mais complicado para alguns estudantes. Como terminar o texto? E, para completar a aflição, é nele que está a última ideia que fica na cabeça do leitor. Portanto, é preciso fechar com chave de ouro a redação, ou então coloca-se o texto todo a perder.
         A conclusão deve conter três partes: a retomada da tese (ponto de vista inicial que norteou todo o texto, que apareceu no início da introdução) com outras palavras, mas mantendo a ideia; uma breve dedução do que se argumentou nos desenvolvimentos; e um fechamento, finalizando a redação mostrando aonde se quis chegar com toda a argumentação.
         Engana-se quem pensa que só há um meio de se fazer conclusão. Existem diferentes formas de se concluir a redação, só vai depender de qual vestibular está em questão. Em geral, as provas dão comandos sobre o que esperam que o candidato escreva no texto, mas o seu fechamento é escolha de quem escreve. O Enem apresenta a competência que exige a produção de uma proposta de ação social detalhada para resolver o problema, mas isso não significa que necessariamente ela precisa aparecer na conclusão. É mais comum fazê-la na conclusão, mas pode-se optar por colocá-la no desenvolvimento 2, por exemplo, e então escolher outra forma de fechar o texto. Portanto, vamos às opções:

1- CONCLUSÃO POR DEDUÇÃO
É o que se deduz depois de analisar os fatos expostos. É literalmente o que se conclui dos argumentos usados. 
Usam-se normalmente conjunções conclusivas como: logo, portanto, então, assim, dessa forma, por isso, em vista disso.
2- CONCLUSÃO POR SÍNTESE
Resume todo o texto. É uma forma de sintetizar tudo que foi exposto para reafirmar argumentos. É a que melhor aceita a expressão “em suma”.
3- CONCLUSÃO COM QUESTIONAMENTO
É caracterizada por perguntas retóricas em sua maioria. O autor não se compromete em dar soluções nem sugestões, mas promove a reflexão.
4- CONCLUSÃO COM INTERVENÇÃO
Apresenta uma sugestão e/ou solução para o tema posto em debate. Sugere uma proposta de ação social para resolver, solucionar ou melhorar o problema discutido.
Esse tipo de conclusão precisa de detalhamento. Ao criar sua proposta, certifique-se de que deixou claro: quem vai fazer; o quê exatamente vai ser feito; como vai ser feito; e para quê deve ser feita a sua proposta.

ESCOLHA SUA CONCLUSÃO E MANDE VER!