O TEMA BIPOLAR
A exigência maior dos vestibulares, quando o assunto é redação, é a produção de texto. Embora pareça óbvio o que se quer na prova, é preciso refletir sobre essas palavras: PRODUZIR um texto é criá-lo, e não copiá-lo. Muitos estudantes escrevem em suas dissertações comentários e opiniões que ouviram no jornal, ou que leram na internet, ou até que os seus professores falaram. Assim o aluno não se dá conta de que está REPRODUZINDO discursos e textos. Isso é uma REPRODUÇÃO DE TEXTO, e não é isso que a prova quer. Sua crítica, sua opinião e seus argumentos podem até ser embasados em outros com os quais concordam, mas o texto produzido deve ser seu. Você não deve contar, ou expor, o que todos já sabem simplesmente, mas deve usar o que todos já sabem para mostrar o que você acha disso.
Por outro lado, o tema bipolar, de alguma maneira, exige uma pequena reprodução. Esses temas são aqueles que envolvem alguma polêmica, um assunto que, como o nome já diz, tem dois polos, dois lados opostos que não podem ser ignorados. Por exemplo, a discussão sobre a descriminalização da maconha, sobre a legalização do aborto, sobre o desarmamento da população, sobre a internação compulsória dos viciados em narcóticos e sobre a eutanásia.
Todos esses temas descritos acima têm seus aspectos positivos e negativos. Eles têm vantagens que não podem ser negadas e têm também problemas que não podem ser ignorados. Por causa disso, o vestibular pede que os dois polos do tema sejam abordados pelo concorrente. É aí que a reprodução de texto acontece; porque, quando escrevemos os pontos positivos e negativos, reproduzimos o que todos já sabem, porém mostramos ao corretor que temos conhecimento sobre o assunto, que lemos, que estudamos, que pesquisamos.
Se a prova pedir apenas a dissertação-expositiva, mostrar esses dois polos já é o suficiente para fechar o texto. No entanto, se estamos fazendo a prova do Enem, que pede o texto dissertativo-argumentativo, reproduzir texto não é suficiente. Você precisa deixar o corretor ver sua crítica em cima dos benefícios e malefícios abordados. Como fazer isso? Varia! Você pode colocar sua opinião espalhada por cada desenvolvimento à medida que vai expondo os fatos, ou pode deixar para se posicionar apenas no parágrafo de conclusão, logo depois colocando uma sugestão de intervenção social para o problema.
O que não se pode esquecer é que o tema bipolar exige que eu saiba escrever sobre ele sob todos os ângulos, que eu tenha conhecimento das vertentes, das causas, das consequências e da importância de se discutir sobre o assunto. Essa ideia de que futebol, política e religião não se discutem porque são polêmicos pode até existir, mas como crescer sem dialogar sobre eles? Assim também acontece com o tema bipolar.
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