"Não sabendo que era impossível, foi lá e fez."

quarta-feira, 9 de agosto de 2017

A COMPLEXA RELAÇÃO ENTRE O HOMEM URBANO CONTEMPORÂNEO E O CARRO

TEXTO 1

“Se passar no vestibular, você ganha um carro!” A estratégia utilizada por alguns pais pode até funcionar como um estímulo; mas, segundo psicólogos, associar o esforço pessoal do filho a recompensas unicamente materiais dificulta o processo de amadurecimento do adolescente. “A promessa de recompensa funciona como um estímulo externo ao desenvolvimento do jovem, que com 18 anos já pode ser mobilizado pelos próprios desejos. Esse tipo de educação não promove a autonomia do indivíduo e pode provocar o prolongamento da adolescência”, avalia a psicopedagoga Laura Monte Serrat Barbosa, mestre em Educação. Para a especialista, o maior prêmio é o jovem compreender os benefícios do seu esforço.
http://portal.rpc.com.br/gazetadopovo/vestibular/conteudo.phtml?id=801035

TEXTO 2


TEXTO 3
“O carro propicia “status”, prazer, economiza tempo e estabelece-se, inclusive, uma certa relação amorosa entre o proprietário e seu veículo. No entanto, o automotor é responsável por uma enorme agressão ao meio ambiente e reforça o sedentarismo, fator que reflete negativamente na saúde do ser humano, sem falar nas muitas colisões, nos atropelamentos e suas repercussões. É preciso refletir sobre o uso indiscriminado desse meio de transporte! Para viagens casa-trabalho e para pequenos deslocamentos, deve ser evitado o seu uso. O transporte coletivo, pelo número de pessoas que transporta, é menos poluente e deve ser utilizado, além dos meios alternativos como a bicicleta.”
Giselle Noceti Ammon Xavier, coordenadora do projeto Pedala Floripa

TEXTO 4
“A falta de alternativas agrava a situação. Como Salvador é dependente de ônibus, principalmente por causa do perfil social da população que tem renda baixa e precisa desse tipo de transporte, com as paralisações, a cidade fica um caos. O sistema de trens urbanos, que serve à região do subúrbio, não é suficiente para aliviar o problema. A linha vai da Calçada a Paripe e é usada por apenas 20 mil pessoas diariamente. Além disso, o trem não é integrado ao resto do sistema de transporte. Para completar, a obra do metrô anda a passos de tartaruga. [No entanto] ainda que estivesse operando, o metrô “calça-curta” não resolveria. “
Jornal da Metrópole, 15/05/2009

TEXTO 5
“(...)O problema tem raízes bem mais profundas. O que é a violência, no trânsito ou em qualquer lugar? O trânsito é violento porque nele há manifestações de poder e conflitos sociais mal-resolvidos, e Estado ausente. O trânsito espelha a nossa sociedade extremamente desigual. Há pouca fiscalização e escassas punições porque automóveis particulares são sinais externos de força social e status. [Eles] foram elevados a ícones da classe bem-sucedida, que detém o poder.”
MIRANDA, Denir Mendes. Frente Parlamentar em Defesa do Trânsito Seguro, in http://frentetransitoseguro.com.br

TEXTO 6
“(...) Os motoristas que circulam nas grandes cidades brasileiras costumam se colocar na posição de sentinela prestes a enfrentar o inimigo. Qualquer comportamento considerado inadequado de outro motorista é motivo para o sangue subir à cabeça – e para o destempero que se traduz em buzinadas impacientes, "fechadas", palavras e gestos ofensivos. Muitas vezes, o motorista considera intolerável uma pequena infração que ele próprio costuma cometer. Eu posso, mas os outros não podem, é o argumento – quase sempre inconsciente – nesses casos. Por trás da selva em que se transformou o trânsito, repousa uma questão intrigante. A maioria dos motoristas só se comporta de forma agressiva quando está no carro. Fora dele, são pessoas de temperamento moderado. Por que, então, perdem a compostura e se tornam feras ao volante? As explicações mais comuns para essa mudança de atitude dizem respeito à irritação causada por congestionamentos cada vez mais freqüentes, à pressa e ao stress da vida moderna. Esses componentes certamente fazem parte da fúria motorizada, mas não são suficientes para justificá-la. “
http://veja.abril.com.br/290409/p_108.shtml

TEXTO 7


ESCREVA UM TEXTO DISSERTATIVO-ARGUMENTATIVO EM QUE VOCÊ DISCORRA CRITICAMENTE SOBRE A COMPLEXA RELAÇÃO ENTRE O HOMEM URBANO CONTEMPORÂNEO E O CARRO. O TÍTULO É OBRIGATÓRIO!

quinta-feira, 3 de agosto de 2017

Maioridade Penal

Evidências:
MAIORIDADE PENAL (pagar penalmente como adulto) x IMPUTABILIDADE  PENAL (ser responsabilizado pelo crime cometido)

A discussão é sobre a redução da maioridade penal, e não da imputabilidade. Será que resolve?

MAIORIDADE PENAL x MAIORIDADE CIVIL

A discussão é sobre a idade para pagar penalmente pelo crime cometido, e isso não libera o jovem para fazer coisas que são proibidas em termos civis, como, por exemplo, dirigir com menos de 18 anos; comprar bebidas alcoólicas e colocar tatuagens sem autorização dos pais. Para isso acontecer aos 16 anos, teria que mexer na maioridade civil.

FATOS
Nos 54 países que reduziram a maioridade penal não se registrou redução da violência. A Espanha e a Alemanha voltaram atrás na decisão de criminalizar menores de 18 anos. Hoje, 70% dos países estabelecem 18 anos como idade penal mínima.
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O Brasil tem a terceira maior população carcerária do mundo (aproximadamente 700 mil). Perde apenas para os EUA (2,2 milhões) e China (1,6 milhão).
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Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp) do Ministério da Justiça- menores são responsáveis por 0,9% do total dos crimes praticados no Brasil. Se considerados apenas homicídios e tentativas de homicídio, o percentual cai para 0,5%; e crimes patrimoniais como furto e roubo (43,7% do total) e envolvimento com o tráfico de drogas (26,6%) constituem a maioria dos delitos praticados pelos menores que se encontram em instituições assistenciais do Estado cumprindo medida socioeducativa. 

DADOS, ESTATÍSTICAS E PESQUISAS

92,7% da população brasileira aprova a redução da maioridade penal (pesquisa da CNT- Confederação Nacional do Transporte, 2013)
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ONU, 2014, pesquisa Crime Trends (Tendências do Crime)- os países que consideram adulto, para fins penais, pessoa com menos de 18 anos são os que apresentam baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), à exceção dos Estados Unidos e Inglaterra.
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Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), 2013- 57,4% dos nossos juízes são favoráveis à redução de 18 para 16 anos da maioridade penal
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Febem de São Paulo- maioria dos internos procedente dos bairros mais violentos de São Paulo
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Estudantes de 13 e 15 anos, 50,3% já ingeriram bebidas alcoólicas, 21,7% já dirigiram veículos motorizados, 7,3% afirmaram já ter feito uso de drogas ilícitas pelo menos uma vez.(IBGE –Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, 2013)
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Dados estatísticos da Secretaria de Segurança Pública da Bahia indicam que o número de homicídios cometidos por adolescentes cresceu 117% nos últimos cinco anos.


   TESTEMUNHOS

OAB, Ordem dos Advogados do Brasil: "Redução da maioridade penal não fará criminalidade diminuir“
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Advogadol Flávio Dino, ex-presidente da Associação dos Juízes Federais do Brasil e membro da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara- uma alternativa à redução seria o aumento das penas dos maiores que se utilizassem dos menores para a prática dos delitos.
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Psiquiatra Leonardo Sauaia, do Núcleo de Psiquiatria Forense do Hospital das Clínicas de São Paulo, atuando, também, como psiquiatra da Febem, em São Paulo- "alguém que vive em um meio de absoluta impunidade tem mais possibilidades de delinquir porque sabe que isso não é problema".
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"Você só respeita aquilo que você teme. Se acreditar que com 17 anos não vai acontecer nada com você, vai praticar o crime." Jair Bolsonaro, Deputado Federal
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"Os políticos querem oferecer respostas fáceis e usam a redução maioridade penal como bandeira para gerar falsas ideias de solução para o problema da violência." Mário Volpi, oficial de Projetos do Unicef
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“O Estatuto da Criança e do Adolescente é a Lei da Impunidade no Brasil”- secretário de segurança pública do Piauí, Robert Rios


ESSE TEMA É BIPOLAR E, PORTANTO, PEDE QUE VOCÊ MOSTRE OS DOIS LADOS DA POLÊMICA: O QUE ALEGAM OS QUE DEFENDEM A REDUÇÃO, E O QUE AFIRMAM OS QUE SÃO CONTRA.
PARA A CONCLUSÃO, É BOM PROPOR UMA MUDANÇA EM ALGUMAS ÁREAS DO PAÍS ANTES DE SE APROVAR A REDUÇÃO DA MAIORIDADE.



domingo, 30 de julho de 2017

CONCLUSÃO PARA O ENEM

          O Enem corrige as redações baseado em cinco competências: a que avalia a norma padrão, que precisa ser utilizada pelo candidato; a que avalia a linguagem usada, que tem que ser formal, adequada, com vocabulário vasto e expressões adequadas; a que avalia a compreensão da proposta, que determina se houve a fuga total ou parcial do tema; a que avalia a seleção de ideias e sua organização, bem como o uso de conhecimento de outras áreas do saber; e, finalmente, a que avalia a criação de uma proposta de intervenção social.
          Na criação da proposta de intervenção social, a prova exige detalhamento. Isso serve para evitar soluções vagas e pouco eficazes, como "as autoridades (ou a população) precisam se conscientizar" ou "o governo deve criar políticas públicas". Essas propostas superficiais mostram desconhecimento e despreparo do candidato que não faz ideia do que fazer para resolver, solucionar ou amenizar o problema abordado. Portanto, aquele que faz uma boa proposta, detalhando bem sua ideia, diferencia-se dos concorrentes e ganha pontos.
          Para o detalhamento, devem-se definir 4 coisas:
- O quê você propõe que deve ser feito
- Quem ou o quê deve por em prática sua proposta
- Como deve ser feita
- Para quê deve-se fazer o que você propõe, o que essa proposta deve gerar na sociedade
          O que ajuda bastante ao fazer esse detalhamento é saber a qual poder, área, ministério ou órgão  você deve recorrer, pois isso mostra que você tem domínio do que está propondo. É interessante dizer qual o ministério deve fazer, através de qual órgão, ou secretaria, por exemplo. Isso não é obrigatório, mas faz muita diferença. Segue um pequeno esquema:

PODER LEGISLATIVO   (Se sua proposta for relacionada a leis)

PODER JUDICIÁRIO      (Se sua proposta for relacionada a julgamentos ou cumprimento das leis)

PODER EXECUTIVO      (Se sua proposta for relacionada a ação administrativa ou governamental)      

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     Ministérios  (São subordinados à administração do poder executivo e do seu chefe, o presidente. Têm autonomia técnica, financeira e administrativa para executar as ações nas suas áreas de competência. Cada ministério é responsável por uma área.
   
- Principais ministérios:
* CASA CIVIL - acessoria e fiscalização do presidente
* FAZENDA - tesouro nacional, recursos financeiros do país
* EDUCAÇÃO
* SAÚDE
* CULTURA
* JUSTIÇA - segurança pública
* DEFESA - segurança do país através das Forças Armadas

Os poderes e os ministérios agem através de órgãos, secretarias (em algumas áreas), agentes, entidades ou corporações. Por exemplo: o poder Legislativo tem os órgãos: câmara municipal, assembleia legislativa e senado. O Ministério da Fazenda tem a Secretaria da Fazenda. O Ministério da Justiça tem o órgão polícia. O órgão polícia civil exerce funções de poder judiciário. E o poder Judiciário tem órgãos como o Supremo Tribunal Federal e os Tribunais regionais.

Independente desses, sua proposta pode dar a responsabilidade à mídia (que pode agir através das emissoras de rádio e TV, ou jornais e revistas ou internet), à família (que age através dos responsáveis), à escola (agindo através de aulas, educadores e estratégias educativas) e à população e/ou comunidade (agindo através de ações populares)

Portanto, quando você fizer sua proposta de ação social, seja específico sobre quem irá realizá-la, e isso fará toda a diferença.

Tema Bipolar 2

          Como foi escrito no primeiro post sobre o Tema Bipolar, o ideal, em uma redação que pede esse tema, é mostrar que você está por dentro da polêmica levantada e sabe expor os dois lados da questão. O detalhe é que a sua opinião sobre o assunto também deve aparecer, e o local escolhido para isso faz toda a diferença. Então vamos lá:
- primeiro de tudo, deve-se levantar o que os dois lados alegam e reservar um desenvolvimento para cada. Para iniciar os desenvolvimentos, podem-se usar as expressões: "A parte da sociedade que é a favor dessa questão alega que" e "Já as pessoas que são contra a medida afirmam que". E assim colocam-se dois ou três pontos defendidos por eles.
- o segundo passo é trazer para o texto fatos conhecidos da sociedade que sustentem as alegações. Preste atenção que aí já começa a aparecer sua opinião. Se você concordar com o ponto de vista, pode trazer os fatos para sustentá-lo através da expressão "de fato". Caso você discorde, a expressão usada pode ser "eles se baseiam no fato de que".
- O terceiro e último passo é incluir sua crítica nesses desenvolvimentos. Se você concordar com o ponto de vista, você fará o ponto, e ele pode ser iniciado com as expressões "Dessa maneira", "Assim", "O que se conclui é ", "Portanto" e tantos outros conectivos conclusivos que introduzam sua opinião a favor. Se, porém, você discorda do ponto de vista apresentado, você fará um contraponto no final do desenvolvimento, e ele pode ser iniciado com "No entanto" e "Entretanto".
          Depois disso, você pode partir para a conclusão. Já que o tema Bipolar é polêmico, ele traz uma discussão para qual a sociedade ainda não tem certeza da melhor solução. Então talvez não caiba a você decidir a polêmica. Nessa conclusão, o ideal é apresentar uma proposta de intervenção social que diga onde o país precisa mexer e o que tem que ser corrigido antes de se tomar qualquer decisão sobre o assunto polêmico. Assim você foge da obrigação de solucionar algo tão complexo, mas também não fica em cima do muro.
         Boa sorte!

TEMAS BIPOLARES:
- Legalização do aborto
- Descriminalização da maconha
- Eutanásia
- Desarmamento da população civil
- Redução da maioridade penal
- Pena de morte no Brasil

terça-feira, 18 de julho de 2017

ESTRUTURA POLIFÔNICA

          Ao pé da letra, Polifonia significa: vários sons. Para Mikhail Bakhtin, pensador russo, pesquisador da linguagem, polifonia é a presença de vários textos dentro de um texto. O autor faz a inserção de outros textos dentro do seu para redigi-lo. Aí se constrói o texto dialógico, em que há um diálogo entre pensamentos diversos sobre o tema em questão. O texto fica ainda mais criativo quando se inserem pensamentos opostos para que haja o que a dialética chama de síntese, fruto do cruzamento de uma tese com uma antitese.
          No nosso caso, a polifonia dentro da redação seria a inserção de pontos de vista diferentes sobre o tema que devemos abordar. Comumente, para redigirmos o texto, fazemos um rascunho de ideias, em que colocamos no papel todas as ideias que surgem na nossa cabeça, relacionadas ao tema, frutos de brainstorm. Depois disso, relacionamos as ideias que têm a ver umas com as outras, escolhemos as evidências que temos para sustentá-las e redigimos. Na estrutura polifônica, não fazemos brainstorm. Nesse tipo de rascunho, levantamos todos os personagens relacionados ao tema e suas visões  sobre ele. Por exemplo, se o tema for greve, temos as visões de: funcionário público, funcionário privado, mídia, população que apoia a greve, população que não apoia a greve, rodoviários, professores, médicos, polícia fazendo greve, polícia trabalhando na greve de outra categoria, dentre outros. Ao levantar esses personagens, procuramos abordar o panorama da greve dessas categorias, se são curtas ou longas, se são apoiadas pela população ou não, se são perigosas ou não, se conseguem seus direitos ou não, e escolhemos dois ou três desses pontos de vista para serem contrapostos dentro do texto. 
          O detalhe desse tipo de texto é o cuidado para não se tornar extremamente expositivo. Como são expostos pontos de vista de outras pessoas, e não exatamente de quem está redigindo, a tendência é expor os fatos e esquecer de fazer sua crítica, de trazer seus argumentos. Um texto dissertativo-expositivo é perfeitamente possível e aceito; porém, se você estiver fazendo uma prova como o Enem, o texto exigido é o dissertativo-argumentativo, ou seja, pouca exposição, e mais argumento. Então, ao trazer pontos de vista dos outros, é bom inserir sua crítica a eles, ou ao final dos desenvolvimentos, ou intercalando termos que mostrem sua posição (como: infelizmente, vergonhosamente, absurdamente, felizmente, acertadamente).
             Para fazer a conclusão de um texto polifônico, você deve entrar como um conciliador. Você deve apresentar uma solução que seja viável para os dois pontos de vista apresentados, que os concilie e traga a melhor saída para resolver o problema. Então talvez você precise de mais de uma solução.
         A estrutura polifônica não é uma exigência de provas, ela é uma escolha de quem está redigindo. Se você quiser fazer um texto com uma abordagem um pouco diferente dos seus concorrentes, essa é uma saída. Boa sorte!

P.s.: Já que falei do tema greve, que tal treinar com ele? Tente esse: GREVE: UM DIREITO DE TODOS OU UM PROBLEMA PARA A POPULAÇÃO?

PECULIARIDADES DAS PROVAS DE REDAÇÃO

          Para fazer uma boa redação, além de todas as dicas e cuidados que devem ser tomados, a compreensão do que se exige na prova é mais do que meio caminho andado. Cada prova tem particularidades quando apresentam um tema aos candidatos e dá comandos para direcionar o texto que será produzido. Por esses comandos, o candidato é capaz de perceber até quantos desenvolvimentos deverá fazer e como irá fazê-los.
          Vamos aos exemplos:
PROVA DA Uesb 2014 - Essa prova apresentava dois temas de redação, e o candidato deveria escolher um. Um dos temas dizia o seguinte: "manifeste seu pensamento, ao escrever um texto dissertativo-argumentativo sobre o perfil da 'Geração Milênio' , constituída de 'jovens nascidos entre os anos 1980 e 2000, que estão interligados pela rede mundial, onde compartilham ideias e ambições'.". Abaixo do tema, a prova coloca observações, e uma delas é: focalize, em seu texto, por exemplo, a relação de sua geração com a tecnologia, com as causas sociais, com novas experiências profissionais. 
- Essa prova pediu três aspectos diferentes: A RELAÇÃO DA GERAÇÃO MILÊNIO COM A TECNOLOGIA ( envolveria o uso dos sites de rede social, aplicativos de mensagens instantâneas, pesquisas em sites de busca e até relacionamentos virtuais), A RELAÇÃO COM AS CAUSAS SOCIAIS (envolveria o engajamento da juventude através das redes sociais virtuais) e A RELAÇÃO COM NOVAS EXPERIÊNCIAS PROFISSIONAIS (envolveriam as novas profissões que surgiram por causa das novas tecnologias, como profissionais em TI, a tecnologia da informação, blogueiros e youtubers). Ou seja, são três aspectos diferentes que devem ser tratados em parágrafos diferentes. Então o ideal seriam três desenvolvimentos, embora isso não seja obrigatório.
Na verdade, essa é uma característica da CONSULTEC. As provas da Uneb já apresentaram esses comandos em alguns anos, e o candidato precisou ficar atento. 

PROVA CESPE/UnB 2016 - após uma coletânea de textos sobre a guerra,  o tema era Guerras: derrota para a humanidade. A prova pedia que se abordassem no texto os seguintes aspectos: 
- motivações para as guerras
- o impacto da evolução do conhecimento nas guerras
- a guerra como derrota para vencidos e vencedores
Não é obrigatório escrever na ordem que a prova dá, mas essa direcionou pela lógica: os itens 1 e 2 representam causa e consequência respectivamente. Além disso, esses dois itens podem ser tratados em um parágrafo só. O terceiro item envolve dois vieses: a guerra como derrota para os vencidos e derrota para os vencedores. Esse poderia ser dividido em dois parágrafos ou ser feito em um só, o que vai determinar é a quantidade de argumentos que se tem. Mas, deve-se lembrar, o ideal são três parágrafos de desenvolvimento no maximo!
A CESPE tem a característica de exigir itens dentro da argumentação, e isso restringe um pouco as ideias do candidato. Outra característica é que essa banca geralmente propõe um estudo de caso: ela apresenta um problema para ser investigado. São analisados casos específicos para que o candidato transporte para casos gerais. Isso exige análise crítica, identificando o problema, analisando evidências, desenvolvendo argumentos lógicos e propondo soluções . Por isso, na prova não pode haver a conclusão com uma simples dedução ou um resumo do texto, nem mesmo com questionamentos retóricos, mas sim com soluções práticas e viáveis para o problema. 

PROVA ENEM
- Essa prova não costuma limitar o texto com comandos de abordagem. Geralmente o candidato fica livre para produzir seus argumentos e fazer a abordagem da forma que achar melhor, desde que não fuja da proposta. No entanto, não custa nada ficar atento às instruções da prova para cumprir tudo que for exigido.

quinta-feira, 8 de junho de 2017

Identidade Nacional

Texto 1
Afinal, quem somos nós, os brasileiros? À primeira vista, a resposta para essa pergunta é fácil: somos o produto da miscigenação entre os colonizadores portugueses, os índios que aqui viviam e os africanos trazidos como mão-de-obra escrava, além dos imigrantes que chegaram entre os séculos 19 e 20 – como alemães, italianos, japoneses. Até aí, tudo bem. Somos, enfim, um povo mestiço genética e culturalmente que, apesar da diversidade, compartilha certos traços em comum.
A questão, porém, fica um pouco mais complicada quando se trata de buscar a essência do que se convencionou chamar de caráter nacional, aqueles traços que explicam uma série de comportamentos que costumamos encarar com naturalidade mas que, quase sempre, causam surpresa entre os estrangeiros.
“Não é só um estereótipo. As pessoas aqui se relacionam com mais afetividade. Os brasileiros conversam na rua, enquanto na Europa o silêncio predomina nas estações de ônibus e metrô”, diz o jornalista espanhol Juan Arias, que há 7 anos vive no Rio como correspondente do jornal El País. “Mas fiquei chocado com a burocracia kafkiana para tirar o visto de permanência após casar com uma brasileira. Foram mais de 600 dias de espera, 6 quilos de documentos e a insinuação de que tudo poderia sair rapidamente se pagasse 8 mil reais.”
Brooke Unger, correspondente da revista inglesa The Economist em São Paulo, é mais um que se diz a um só tempo encantado e estarrecido com certos traços do povo brasileiro. “Quando cheguei ao Brasil pela primeira vez, vi garis em um desfile pelas praias do Rio, numa cena impensável para um americano.” Em compensação, ele diz não entender a espécie de amnésia coletiva diante de casos graves de violência e impunidade. “A maioria dos brasileiros sabe mais sobre o atentado terrorista do dia 7 de julho, em Londres, do que sobre a chacina na Baixada Fluminense que matou 29 pessoas no dia 31 de março.”
Criativo ou enrolão, extrovertido ou indiscreto, cordial ou malandro, maleável ou corruptível?
Após mais uma enxurrada de denúncias de corrupção – com direito a atuações picarescas como as do deputado Roberto Jefferson – a discussão sobre a essência do nosso caráter volta à berlinda. De onde vem nosso jeitinho, nossa informalidade (aqui, até o presidente da República é tratado pelo apelido), nossa naturalidade diante da miséria, nossos preconceitos, nossa capacidade de depositar fé em mais de uma religião?
(...)

TEXTO 2
Como o brasileiro vê a si próprio?
Como o povo sofre! Essa é a conclusão de uma pesquisa feita em 1997 pelo Centro de Pesquisa e Documentação Histórica da Fundação Getúlio Vargas em parceria com o Instituto de Estudos da Religião. Veja as respostas dos entrevistados:
• Sofredor – 74,1%
• Trabalhador – 69,4%
• Alegre – 63,3%
• Conformado – 61,4%
• Batalhador – 48,0%
• Solidário – 46,1%
• Revoltado – 42,3%
• Pacífico – 40,4%
• Honesto – 36,2%
• Malandro – 30,8%
• Violento – 28,5%
• Preguiçoso – 24,0%
• Egoísta – 21,6%
• Desonesto – 17,2%
Texto 3
Auto-estima é maior no Norte e Centro-Oeste
Mazelas como a corrupção endêmica e a desigualdade social não afetam a auto-estima dos brasileiros: 85% deles dizem sentir orgulho de sua nacionalidade, segundo uma pesquisa feita em 2003 pelo instituto Datafolha. De acordo com o mesmo levantamento, 61% acham o Brasil um país ótimo ou bom para viver e 72%o consideram “muito importante” no cenário mundial. O amor-próprio é mais acentuado nas regiões Norte e Centro-Oeste, onde 91% dos entrevistados responderam ter mais orgulho que vergonha de ser brasileiro. Essa proporção cai para 83% na Região Sudeste e atinge seu menor valor entre os habitantes da cidade de São Paulo, onde o sentimento positivo é compartilhado por 79% da população.


Disponível em: http://super.abril.com.br/cultura/a-cara-do-brasileiro/


A partir dos textos motivadores, escreva um texto dissertativo-argumentativo em que você discuta sobre como os problemas sociais influenciam na autoestima e no caráter dos brasileiros.

segunda-feira, 5 de junho de 2017

Cumbuca de ideias

 Ao ler o tema da redação, a primeira ideia que surge na sua cabeça é: deu branco! Mas é claro que deu! Nosso complexo de inferioridade nos faz pensar que a ideia que temos é tão ruim que não vale o cocô do cavalo do bandido. Então descartamos a primeira ideia e perdemos a oportunidade de transformá-la em oportunidades. 
 Ao estudarmos física, em sua dispersão, a luz branca passa pelo prisma, e então ocorre a refração: de um meio para outro, a luz branca se dispersa em sete outras ondas, cada uma com uma cor diferente, dando-nos um lindo e promissor arco-íris! Que tal fazer isso com o seu branco? Transforme-o num arco-íris de ideias, em possibilidades. 

Para isso, você não deve descartar nenhuma ideia que tiver. Jogue-as todas no rascunho, sem se preocupar com coesão nem aprofundamento. Faça do seu rascunho uma cumbuca de ideias. Só depois de bem misturadas ali, elas são temperadas com uma dose de criatividade, e delas surge uma ideia mais elaborada que vai ser aquela que entrará no seu texto.
A coisa linda do Tiago Iorc escreveu assim: " A gente queima todo dia mil bibliotecas de Alexandria. A gente teima, antes temia. Já não sabe o que sabia". A Biblioteca de Alexandria foi um dos maiores redutos de conhecimento e saber da história. E conta-se que sua destruição aconteceu por causa de um incêndio, destruindo documentos e papéis importantíssimos pro saber. O Tiago, nessa música, questiona nossas atitudes hoje de "Maria vai com as outras", de não pensarmos por nós mesmos, de não fazermos diferença por nossa cabeça sã. A gente só faz zuada, e mais nada. A gente acha que pensa, mas nem pensa que só acha. Então não queime a melhor biblioteca que é sua mente. Não descarte suas ideias. Faça uma grande cumbuca e depois mostre ao corretor o sabor de suas ideias! 






[A olhos que souberam me ler
Ao meu horizonte medido em vontade
Ao lugar em que chego por sorte
Da minha bússola, meu norte
Meu esconderijo cada vez mais forte]







domingo, 21 de maio de 2017

AS RELAÇÕES INTERPESSOAIS NA CONTEMPORANEIDADE

TEXTO 1:


TEXTO 2:



TEXTO 3:

GERAÇÃO CABEÇA-BAIXA E A REALIDADE INTERSECCIONAL

A relação com a tecnologia na vida contemporânea, diferentemente das gerações passadas, quando se podia optar por assistir ou não a TV, não nos deixa a escolha de não integrar-se à vida digital  (...) as formas de relacionar-se com esta tecnologia e com as pessoas, que são em última instância, são inúmeras,tal qual as relações na vida real.
 Mas uma delas é comum a praticamente todos os jovens que, mesmo quando resistem a ela, estão vivendo-a, pois se posicionam em relação à mesma.
(...)
Num bar, numa reunião de negócios, nas aulas da faculdade, ou mesmo na intimidade do casal, o smartphone parece uma extensão do corpo do usuário ao qual ele precisa recorrer em intervalos controlados de tempo. A sensação de perda do momento presente quando a pessoa não se conecta à rede para “saber o que está acontecendo”, seja checando emails, entrando no Facebook para ver quem comentou seu post ou quem está online, no Twitter para saber quem está onde fazendo o quê, no Instagram para ver quem está no lugar mais legal, com quem, fotografando o quê, entre muitas outras possibilidades que diferem de acordo com o interesse e valores do usuário, é a sensação de exclusão, sequestro da realidade e falta de controle sobre ela.

Um jovem pode passar a semana planejando ir a uma festa descolada onde vai encontrar sua paquera e curtir com seus amigos, mas tão logo ele chega na festa,você o encontra, em diversos momentos – e entre alguns jovens, na maior parte dos momentos de cabeça baixa, olhando para um artefato tecnológico na palma de sua mão que o poupa da sensação de falta de controle e vivência totalizadora, real, do momento presente. Ele está no lugar que queria, com as pessoas que queria,curtindo a realidade palpável que queria, mas a noção de vivência da REALIDADE, de experienciar o momento presente, apenas se torna fato para ele quando o real offline e o real online estão ao seu alcance (...).

Autor: Vinícius MesquitaDisponível em:   http://www.academia.edu/5269337/GERA%C3%87%C3%83O_CABE%C3%87A-BAIXA_E_A_REALIDADE_INTERSECCIONAL_GERA%C3%87%C3%83O_CABE%C3%87A-BAIXA_E_A_REALIDADE_INTERSECCIONAL
 Adaptado e modificado.


TEXTO 4:

NOMOFOBIA

Quantas vezes você já se pegou checando e-mails pelo celular no horário do almoço? Ou verificando, a cada cinco minutos, se chegou uma nova mensagem de texto? Se você se identifica com as situações acima, cuidado: esses podem ser sinais da nomofobia — síndrome em que o paciente fica dependente do telefone ou da internet.

— Aquela pessoa que usa muito o celular por causa do trabalho, ou por algum outro motivo, não necessariamente tem a doença. Mas se o esquecimento do aparelho em casa já é suficiente para gerar um sofrimento, é preciso procurar ajuda — explica a pesquisadora do Laboratório de Pânico e Respiração do Instituto de Psiquiatria da UFRJ, Anna Lucia Spear King.

A PhD em Saúde Mental estudou o tema em sua tese de doutorado. No estudo, 34% dos entrevistados sem problemas psicológicos afirmaram ter alto grau de ansiedade sem o telefone por perto. E 54% disseram ter "pavor" de passar mal na rua sem o celular.

— A nomofobia não costuma aparecer sozinha. Em geral, está associada aos transtornos de ansiedade, que podem ser síndrome do pânico, transtorno bipolar, estresse pós-traumático, entre outros. Tratando essas doenças com remédios e terapia, a nomofobia também desaparece.
(...)
Uma pesquisa feita pela revista "Time" e pela Qualcomm, em diversos países, mostrou que o uso do celular está cada vez mais intenso. Dos cinco mil participantes, 79% disseram que se sentem mal sem o telefone. No Brasil, 58% afirmaram que usam o celular a cada 30 minutos e 35% a cada dez minutos.

Disponível em: https://extra.globo.com/noticias/saude-e-ciencia/nomofobia-doenca-provoca-dependencia-do-celular-aprenda-perceber-os-sintomas-6593799.html


TEXTO 5:



Com base nos textos motivadores acima e na sua experiência de vida, escreva um texto dissertativo-argumentativo em que você aborde a questão das RELAÇÕES INTERPESSOAIS NA CONTEMPORANEIDADE E SEUS REFLEXOS NA SOCIEDADE. Não se esqueça de criar uma proposta de ação social para a questão abordada.







segunda-feira, 8 de maio de 2017

TEMA: educação superior X mercado de trabalho

TEXTO 1

O VERBO FOR

Vestibular de verdade era no meu tempo. Já estou chegando, ou já cheguei, à altura da vida em que tudo de bom era no meu tempo; meu e dos outros coroas (…)
O vestibular de Direito a que me submeti, na velha Faculdade de Direito da Bahia, tinha só quatro matérias: português, latim, francês ou inglês, e sociologia, sendo que esta não constava nos currículos do curso secundário e a gente tinha que se virar por fora. Nada de cruzinhas, múltipla escolha ou matérias que não interessassem diretamente à carreira. Tudo escrito ruibarbosianamente quando possível, com citações decoradas, preferivelmente (…)
Quis o irônico destino, uns anos mais tarde, que eu fosse professor da Escola de Administração da Universidade Federal da Bahia e me designassem para a banca de português, com prova oral e tudo. Eu tinha fama de professor carrasco, que até hoje considero injustíssima, e ficava muito incomodado com aqueles rapazes e moças pálidos e trêmulos diante de mim. Uma certa vez, chegou um sem o menor sinal de nervosismo, muito elegante, paletó, gravata e abotoaduras vistosas. A prova oral era bestíssima. Mandava o candidato ler umas dez linhas em voz alta (sim, porque alguns não sabiam ler) e depois se perguntava o que queria dizer uma palavra trivial ou outra, qual era o plural de outra e assim por diante.
Esse mal sabia ler, mas não perdia a pose. Não acertou responder nada. Então, eu, carrasco fictício, peguei no texto uma frase em que a palavra “for” tanto podia ser do verbo “ser” quanto do verbo “ir”. Pronto, pensei. Se ele distinguir qual é o verbo, considero-o um gênio, dou quatro, ele passa e seja o que Deus quiser.
– Esse “for” aí, que verbo é esse?
Ele considerou a frase longamente, como se eu estivesse pedindo que resolvesse a quadratura do círculo, depois ajeitou as abotoaduras e me encarou sorridente.
– Verbo for.
– Verbo o quê?
– Verbo for.
– Conjugue aí o presente do indicativo desse verbo.
– Eu fonho, tu fões, ele fõe – recitou ele impávido. – Nós fomos, vós fondes, eles fõem.
Não, dessa vez ele não passou. Mas, se perseverou, deve ter acabado passando e hoje há de estar num posto qualquer do Ministério da Administração ou na equipe econômica, ou ainda aposentado como marajá, ou as três coisas. Vestibular, no meu tempo, era muito mais divertido do que hoje e, nos dias que correm, devidamente diplomado, ele deve estar fondo para quebrar. Fões tu? Com quase toda a certeza, não. Eu tampouco fonho. Mas ele fõe.

(João Ubaldo Ribeiro, publicado no jornal O Estado de São Paulo, em 13/09/1998)


TEXTO 2

Sempre recorrente na imprensa, a polêmica sobre a falta de sintonia entre educação profissional de nível superior e mercado de trabalho aflige simultaneamente educadores, estudantes e empregadores. A reestruturação produtiva dos últimos anos, a dispersão global dos negócios, a instabilidade e a volatilidade dos mercados dificultam ainda mais a tarefa dos que sonham com um fino ajuste entre educação e trabalho. Tal descompasso, entretanto, parece ser fruto de representações mentais ultrapassadas acerca da educação e do trabalho, de noções que apenas exprimiam o desejo da economia industrial de submeter o currículo escolar às suas necessidades mais urgentes. Idéias que restaram profundamente enraizadas, e que com frequência turvam a visão, gerando expectativas descabidas e equivocadas acerca do papel da educação superior.

O mercado de trabalho, determinado que é pelas necessidades instrumentais mais imediatas das organizações, é mais do que nunca mutante e instável. A universidade, ao preparar seus estudantes para o atendimento das necessidades mais urgentes do mercado, prepara-o para uma realidade que em breve não mais existirá. O egresso da universidade, quando dotado exclusivamente de conhecimento instrumental, de utilização imediata, está condenado a uma curta vida profissional. A aquisição de conhecimentos técnicos e instrumentais, aliás, dispensa qualquer passagem pelo ensino superior. Não é preciso fazer faculdade para se conhecer um software ou uma nova técnica profissional. A universidade deve visar, ao contrário, o atendimento das necessidades do próprio estudante, ou seja, a imprescindibilidade de uma consistente base cultural, de sólido conhecimento científico, de emancipação e realização profissional. Ao ensinar seus estudantes a compreender a realidade de forma crítica, ao ensiná-los  a aprender, a universidade estará preparando-os para o resto de suas vidas, para todas as transformações futuras do mercado trabalho.

Por outro lado, no entanto, o descasamento crescente entre titulação universitária e ocupação profissional também se deve à rigidez e ao conservadorismo dos currículos universitários, que ignoram o aspecto contingente do atual mundo do trabalho. Condicionado pela grade curricular anacrônica, o conhecimento assim adquirido dificulta ainda mais a inserção no mercado de trabalho. Rotulada pelo diploma universitário, com fraca visão interdisciplinar e baixa consciência do contexto histórico, político e social que envolve a sua formação, essa pessoa terá dificuldade na definição do próprio trabalho, bem como na concepção de um projeto de vida profissional.
[...]

Disponível em:   Acesso em:  7 mai 2017, às 15h

TEXTO 3


TEXTO 4


Analisando os textos motivadores acima, escreva um texto dissertativo-argumentativo em que você analise a realidade da educação superior brasileira e seu papel frente às necessidades do mercado de trabalho. Não esqueça de criar uma proposta de ação social para sugerir melhoras de acordo com o ponto de vista que você defender.



A CONCLUSÃO II

          A conclusão é o parágrafo mais complicado para alguns estudantes. Como terminar o texto? E, para completar a aflição, é nele que está a última ideia que fica na cabeça do leitor. Portanto, é preciso fechar com chave de ouro a redação, ou então coloca-se o texto todo a perder.
         A conclusão deve conter três partes: a retomada da tese (ponto de vista inicial que norteou todo o texto, que apareceu no início da introdução) com outras palavras, mas mantendo a ideia; uma breve dedução do que se argumentou nos desenvolvimentos; e um fechamento, finalizando a redação mostrando aonde se quis chegar com toda a argumentação.
         Engana-se quem pensa que só há um meio de se fazer conclusão. Existem diferentes formas de se concluir a redação, só vai depender de qual vestibular está em questão. Em geral, as provas dão comandos sobre o que esperam que o candidato escreva no texto, mas o seu fechamento é escolha de quem escreve. O Enem apresenta a competência que exige a produção de uma proposta de ação social detalhada para resolver o problema, mas isso não significa que necessariamente ela precisa aparecer na conclusão. É mais comum fazê-la na conclusão, mas pode-se optar por colocá-la no desenvolvimento 2, por exemplo, e então escolher outra forma de fechar o texto. Portanto, vamos às opções:

1- CONCLUSÃO POR DEDUÇÃO
É o que se deduz depois de analisar os fatos expostos. É literalmente o que se conclui dos argumentos usados. 
Usam-se normalmente conjunções conclusivas como: logo, portanto, então, assim, dessa forma, por isso, em vista disso.
2- CONCLUSÃO POR SÍNTESE
Resume todo o texto. É uma forma de sintetizar tudo que foi exposto para reafirmar argumentos. É a que melhor aceita a expressão “em suma”.
3- CONCLUSÃO COM QUESTIONAMENTO
É caracterizada por perguntas retóricas em sua maioria. O autor não se compromete em dar soluções nem sugestões, mas promove a reflexão.
4- CONCLUSÃO COM INTERVENÇÃO
Apresenta uma sugestão e/ou solução para o tema posto em debate. Sugere uma proposta de ação social para resolver, solucionar ou melhorar o problema discutido.
Esse tipo de conclusão precisa de detalhamento. Ao criar sua proposta, certifique-se de que deixou claro: quem vai fazer; o quê exatamente vai ser feito; como vai ser feito; e para quê deve ser feita a sua proposta.

ESCOLHA SUA CONCLUSÃO E MANDE VER!